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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Por favor, seja meu candidato!


Vivemos recentemente um momento merecedor de muita reflexão, caracterizado pela onda de manifestações sociais apartidárias, acéfalas e plurais que percorreram grande parte das ruas deste país.
Movimentos sem bandeiras, mas cobertos por cartazes de todos os matizes e com todas as reivindicações que jaziam entaladas nas gargantas dos brasileiros oprimidos e relegados aos pixels de monitores televisivos e internéticos. Acreditava-se que estavam todos hipnotizados e entorpecidos demais para sentir desconforto impelido por centavos a mais ou menos de dilapidação.
Deste momento que, para desespero de alguns ainda não passou, emanou entre tantos gritos um que ecoa fortemente em minha mente, que diz: “eles não me representam!”.
Confirmada por pesquisas e divulgada em impressos e redes sociais, esta mensagem atua, ou deveria, como tapa na cara de todos os mandatários do executivo e legislativo deste território. Ouvir da tão falada “voz das ruas” que não deve considerar-se representante daqueles de quem provêm seu poder deve ser, no mínimo, temeroso.
A questão principal é: se os atuais partidos e políticos não os representam, quem representará? E também devemos ponderar se essa crise de representatividade deslegitima nosso processo eleitoral.
Não podemos pensar, em pleno século XXI, que conseguiremos viver em sociedade sem os fundamentos da política. Não havendo instituições políticas democráticas instaura-se o totalitarismo. Vivendo em sociedades ocupadas por milhares de desejos, necessidades e interesses individuais, se não organizarmos sistemas de concessão, abstração e reivindicação parametrizados por uma legislação, em pouco tempo ruiremos com o modo de vida em comunidade.
Dentre as possíveis formas de manutenção da sociedade, temos aquela onde delegamos funções e poderes para aqueles que julgamos serem aptos para representar nossos distintos grupos, formados pelos convergentes em ideologias e interesses.
O problema é que temos escolhido muito mal estes representantes. Inebriados por favores e jogos de luzes, nos mantemos atrelados às nossas intenções egoístas e abdicamos de avaliá-los pelas capacidades e ações em benefício da coletividade. Elegemos os reflexos de nossa corruptibilidade e agora acreditamos que eles não nos representam.
Se de tudo este momento de espasmo da consciência social nos fizer acordar e repensar nossa forma de escolher representantes, quem escolheremos nas próximas eleições?
Os partidos perderam credibilidade, os nomes postos às mesas das decisões políticas parecem não atrair seguidores, o horizonte de 2014 se aproxima sem baluartes ou catalizadores capazes de traduzir tantos anseios e decepções em um novo começo.
Tornando as coisas mais difíceis, vejo que os homens e mulheres dignos de confiança, capazes em instrução e moral, esquivam-se ou fogem desta missão tão carrasca. Talvez por verem nos olhos de seus pares a figura pustulenta que se tornarão caso decidam assumir este fardo e lançar-se ao pleito, pois veem que os ignorantes os tomam por contaminados, caso decidam declarar-se “políticos”.
Edmund Burke disse: “Para que o mal triunfe, basta que os bons nada façam”. Acreditando nisto venho aqui pedir aos homens e mulheres de bem que, por favor, sejam meus candidatos! Preciso ter alguém que me represente e que coadunam com meus sonhos de justiça, liberdade e dignidade para todos. Precisamos que nos representem e lutem para que este país não sucumba à sanha dos vilipendiadores.
Devemos assumir nosso papel neste projeto de transformação nacional. Devemos expulsar os ratos que corrompem nosso sistema e motivar os dignos a tomarem seus lugares. É nosso papel nos mantermos próximos e vigilantes contra os maus e firmes e apoiadores dos bons. Jamais virar as costas, jamais sucumbir, jamais deixar de se importar.
Independente de quem está lendo este texto, se você reúne as qualidades citadas nele, volto a pedir, por favor, seja meu candidato!

Marcos Marinho
Cidadão, professor e consultor político

Twitter: @mmarinhomkt

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