Estamos a praticamente 60
dias do período eleitoral de 2014, época que infelizmente não é merecedora de
grandes e boas expectativas por parte dos eleitores. Em pesquisa recente
publicada pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes), encomendada ao
Instituto MDA (SP), foi detectado que 30,7% dos brasileiros dizem ter pouco
interesse pelas eleições e 27,5% afirmam ter nenhum interesse pelo pleito
presidencial.
Existem vários fatores que
podem ser responsabilizados por esta ampla demonstração de desinteresse por
nosso processo democrático e popular da manifestação de opinião sobre os rumos
que queremos para nosso país: falta de educação política, excesso de escândalos
envolvendo políticos, inabilidade dos mandatários e seus partidos em manter
relacionamento com os eleitores, dentre outros.
Todo desinteresse pelo
processo eleitoral manifestado pela população, obviamente, impactará nas urnas.
Seja pelo aumento de votos brancos, nulos e abstenções - o que em nada
recomendo por ser simplesmente um mecanismo que favorece a manutenção no poder de
quem já o detém - ou pela maior dificuldade que os candidatos terão para
acessar os eleitores e conquistar-lhes o voto. É muito difícil vender um
“produto” que as pessoas não tem interesse nem de ouvir a propaganda.
Neste contexto podemos
perceber também uma séria dificuldade por parte dos atuais pré-candidatos em
afinar um discurso que ganhe eco entre a população. Neste momento, tenham
certeza, muitas cabeças estão fervilhando atrás de ideias e argumentos que
chamem a atenção desta grande maioria de desinteressados. Mas o que prometer?
Como adivinhar o “novo” modelo político que este povo deseja? Estas respostas
valem muito dinheiro.
Gratuitamente deixarei neste
espaço uma dica que considero valiosa: chega de promessas! Nestas eleições, não
será a capacidade mirabolante de alguns prometedores que encantará aos
eleitores. A população não quer mais ouvir sobre novos hospitais, novas escolas
e creches, novas obras ou qualquer outra novidade. É fato que precisam de
muitas coisas que ainda não possuem, mas principalmente desejam que o que está
ao seu dispor funcione.
O eleitor já tem noção da
enormidade de dinheiro que os governos captam através dos impostos que ele paga
e, mais ainda, sente na pele o quanto isso é inverso à qualidade dos serviços
que recebe em troca. Não são as novas promessas que vão atrair os votos - de
promessas esse votante está cansado - mas sim a possibilidade de reconhecer em
algum candidato a capacidade real de resolver os problemas que lhe afligem, o caráter gestor
capaz de fazer funcionar de modo eficaz o que não está a contento, ou seja,
tudo.
Senhores pré-candidatos,
percam menos tempo confabulando junto a pseudos-profissionais da consultoria
política em busca de novas promessas e dediquem-se a apresentar suas
credenciais de gestores eficientes. Chega de promessas. O que se deseja é a
execução, a explanação do como e quando as coisas vão de fato acontecer.
O brasileiro se cansou de
viver no “país do futuro”, dirigido por criativos prometedores eleitorais.
Resta alguma dúvida?
Marcos Marinho
Professor e Consultor Político
@mmarinhomkt
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