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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Polarização, de novo!?

Começou o período eleitoral deste ano, desde 06 de Julho as campanhas estão liberadas para ganhar as ruas. Talvez por vivenciarmos as emoções da Copa do Mundo no Brasil, e por ser a reta final, eleitores e campanhas ainda levarão um tempo para se encontrar pelas ruas das cidades, embora nas redes sociais algumas mensagens e materiais já tenham começado a ser disseminados.

Nos meios de comunicação tradicionais, como já vinha acontecendo de modo mais esparso, os temas eleitorais já ganham as manchetes diariamente. Com a costumeira divulgação de resultados de pesquisas de intenção de votos, jornais garantem sua demanda ao anunciar os números que destacam as atuais impressões do eleitorado e suas tendências de voto.

Na pesquisa Serpes/OPOPULAR divulgada nesta semana, os eleitores puderam constatar algo que já vinha sendo comentado em todas as rodas de conversa sobre política, pelas ruas de Goiás: a polarização entre os nomes de Iris Rezende e Marconi Perillo, os dois maiores rivais políticos do Estado, continua.

Sem entrar nas questões numéricas, o que mais chama a atenção é vermos novamente a reprodução de um cenário que persiste desde 1998, em que Iris e Marconi lutam pela mesma vaga. O fato fica ainda mais chamativo quando lembro das manifestações populares de 2013, onde milhares foram às ruas para gritar pelo novo e afirmar que não se sentiam representados pelos políticos que estavam no poder.

Detentores do poder, diretamente ou através de seus grupos, pelos últimos 32 anos, Iris e Marconi não podem ser encarados como “novo”. Talvez esse seja o maior desafio de suas campanhas: encontrar alguma novidade que justifique mais 4 anos de mandato para um dos dois.

Pensando no grito pelo novo, ecoado pelas ruas no ano passado, tento entender os números manifestados no resultado das últimas pesquisas que mantem a tradicional polarização entre os dois principais candidatos ao governo goiano. Será apenas um reflexo do nível, inconteste, de conhecimento por parte dos eleitores sobre esses dois nomes? Será que ainda representam em algum nível os anseios do povo? Será que a falta de visibilidade e de conhecimento sobre outros candidatos faz com que as escolhas continuem no patamar do conhecido ante ao desconhecido?

O fato é que os demais candidatos ao Palácio das Esmeraldas: Vanderlan Cardoso(PSB), Antônio Gomide(PT), Marta Jane(PCB), Alexandre Magalhães(PSDC) e Weslei Garcia(PSOL) precisam agilizar seus projetos de campanha, otimizar seus recursos e causar algum impacto no cenário eleitoral caso desejem ocupar espaço nas mentes e corações dos eleitores, para então se apresentar como uma opção capaz de quebrar a polarização existente até o momento.
Marcos Marinho
Professor e Analista Político
Apresentador do Programa CONTRADITÓRIO

marcos@mmarinhomkt.com.br

*Imagem da internet

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