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sábado, 16 de agosto de 2014

Eleição ou concurso de popularidade?

Existem vários fatores que norteiam a participação popular no pleito eleitoral e na decisão de voto, mas infelizmente parece que estamos participando da forma errada.

Considerando o processo eleitoral que estamos vivendo, assim como todos os anteriores, podemos perceber, ao olhar com um pequeno distanciamento das passionalidades políticas, que não estamos produzindo um sistema de escolhas que consideram habilidades e competências como captadores de votos, mas popularidade.

Observando todas as pesquisas veiculadas nos meios de comunicação, incluam-se as pré-eleitorais e também as mais recentes, desde o primeiro momento tivemos a confirmação de que os eleitores em suas manifestas intenções de voto não estavam avaliando propostas ou competências pertinentes ao atual momento histórico, político e econômico que vivemos, mas o simples recall de marca deixado pelo candidato A ou B.

Não é possível o eleitor decidir seu voto nas eleições de 2014 antes de conhecer, confrontar e se convencer de que as propostas e capacitações do candidato A ou B são melhores que as dos candidatos C, D ou E. Não se o critério adotado for a resolução de problemas atuais e a capacidade de conduzir ações que otimizem e melhorem nosso Estado.

O que foi feito por alguém em tempos passados, e não importa se foi há 20 ou 4 anos, não é garantia para o que efetivamente fará nos próximos quatro. Ao analisar o perfil do candidato, mais do que reconhecer seus feitos de outrora, precisamos avaliar se ele possui atributos suficientes para vencer os desafios atuais e futuros. Todo material se desgasta com o tempo de uso e aparentemente não consideramos essa premissa básica na hora de escolher as fundações que usaremos para construir nossos próximos anos.

Consentindo então que os eleitores estão menos ligados nos projetos e nas capacidades do candidato para enfrentar os desafios que este terá pela frente e mais na batalha de produções audiovisuais e repercussões nas mídias impressas das imagens produzidas pelas grandes estruturas de campanha, continuaremos acompanhando a tradicional disputa de popularidade entre candidatos que fazem parte da história dos pleitos eleitorais deste estado, e que há mais tempo descobriram os caminhos para se assentarem nos tronos do poder político e partidário.

Quanto aos demais candidatos, penso que precisam conhecer uma regra básica que usamos nos mercados empresariais e que se adequa perfeitamente ao pleito eleitoral: “se você não é o maior, precisa ser o mais ágil, se não é o mais forte, precisa ser o mais inteligente.”

Marcos Marinho
Professor e Analista Político
Apresentador do Programa CONTRADITÓRIO

@mmarinhomkt

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